domingo, 22 de dezembro de 2013

NATAL DA ESPERANÇA


Um  janela 
Se  abriu  no  firmamento
E  o  anjo  de  Senhor
Fez  soprar  o  vento...
E  toda  graça  repousará
Numa  gruta  em  Belém.


Meus  olhos  adormeceram
No  colo  da  Virgem  Maria
E  acordaram  assistindo
O  nascimento  da  Salvação.


Nosso  Deus  menino
Novo  fogo
Nova  brasa
Que  arderá
Em  todos  os  hemisférios
Em  toda  terra.


E  desse  abraço  de  Natal
Que  Dele  se  encerra
Tocara  todo  coração  na  terra.
Se  dará  nova  aliança
Onde  se  revela
Deus  menino.
Natal  da  Esperança...



Ant.  Andrade

NOV,  2013

PAREDES AMIGAS


Paredes  amigas
Que  me abrigam  do  frio
São  paredes  frias  vazias
Que  me  isolam
Que  me  fecham,
Me  tolhem  a  visão.


Paredes  caladas
Que  provocam  nosso  grito
Nosso  grito  de  solidão...
Falar  com  as  paredes
Como  quem  fala  sozinho
Igual  ao  falar  da  canção

     “Hoje  falei  pras  paredes
            Coisas  do  meu  coração...”

Paredes  frias,  vazias
Que  me  abrigam 
Me  escutam
E  não  me  deixam  sair...
São  paredes  amigas
Que  sem  querer  me  separam  de  ti.


Você  janela  morena
Me  abra  brecha  pequena
Por  onde  eu  possa  fugir
Pra  novamente  em  teus  braços
Mais  uma  vez  cair... 



Ant. Andrade

NOV,  2013

DEUS CRIADOR




O  Deus  que  habita  em  mim

Deus  criador,

Se  revela...

Onde  menos  se  espera.

Seja  feita  assim

Dentro  e  fora  de  mim

Tua  perfeita  aquarela...




Ant.  Andrade

NOV,  2013

LOUCO ASILO


Em  cada  palavra  tua

Viajo,  enlouqueço

Me  jogo  em  teus  abraços

Me  deixo  ser  engolido.

E  sem  perceber...

Me  vejo  dentro  de  você

Explodindo...

Meu  louco  asilo





Ant.   Andrade

NOV,  2013

AMOR MORENO


Era  noite  de  sábado
Final  de  ano  na  praça  do  Pirapama
Meus  olhos  a  procurava
Já  tinha  dado  voltas  no  coreto
Mais  de  cinco  vezes
E  não  a  encontrava

O  doce  cheiro  da  noite
Os  perfumes  que se  misturavam
Em  busca  alegre  por  ti
Meus  pés  te  buscavam...

     Se  tu  soubesses,  morena
     O  quanto  gostoso
     É  ficar  do  teu  lado
     Sentir  o  teu  cheiro  no  ar
     Beber  do  teu  sorriso
     Flertar  em  teu  olhar...

E  como  que  por  encanto
Na  calçada  da  Capela
Lá  estava  ela
No  seu  meigo  vestir
Alegre,  a  sorrir...

Sem  nada  dizer
Nos  olhamos,  docemente...
E  percebi  ali,  toda  grandeza
De  um  amor  que  se  mostrava...
A  música  e  o  teu  olhar
Me  convidam  a  sorrir
E  meu  coração 
Batia  em  disparada.

Meu  desejo  era  um  só
Eu  a  queria  comigo
Guardar  o  seu  perfume
Sentir  o  seu  calor.
Abraçar  pra  sempre  esse  amor...
Fazer  do  seu  corpo  meu  abrigo
E  ser,   seu  protetor.


Ant.  Andrade

MAR,  2013

INTIMIDADE REPARTIDA


Um  abraço  ao  amor
Um  abraço  ao  sutil
Um  abraço  a  vida...
A  minha  intimidade  repartida.



Ant.  Andrade

ABR,   2013

O QUE FICOU

Lá  se  vai  a  dor...
E  lá  se  vai  o  amor...
Teus  sabores,  teu  cheiro
Que  em  mim  vão  ficar
Aonde  me  levará...?
Quais  os  braços
Que  irão  me  afagar...?
Quais  caminhos  meus  pés
Agora,  irão  pisar...?
Por  que  corres  de  mim  madrugada ?
Por  que  carregas  assim  minha  amada...?
Madrugada  fria,
Estação  vazia...
E  lá  se vai você
Sumindo  devagar...
E  lá  se  vai  o  trem
Carregando  alguém
Pra  não  mais  voltar...



Ant.  Andrade

MAR,  2013

domingo, 10 de novembro de 2013

PASSOS QUE EU QUERO TER


Lindos  sãos  os  passos
Que  caminhão  em  liberdade
Que  assinam  o  chão  que  escreve
E  que  avança  em  busca  do  saber.
Esses  são  os  passos 
Que  eu  quero  ter

Ant.  Andrade

Out,  2013

O ANDOR


Esses  olhos  de  amor
Ternura,  compaixão  e  dor
São  olhos  que  carrego  comigo
Desde  menino
Moleque  vivido
Nas  ruas  descalço
Correndo  detrás  desse  andor.
Andor  da  Virgem  Maria
Que  na  minha  frente
Sempre  ira  passar.
O  andor  da  Padroeira
Com  a  Banda  de  música  a  tocar...
Passa  na  frente  Maria,
Virgem  Mãe  Santíssima.
Intercede  por  mim,  por  nos...
Me  deixas  beber  do  teu  amor
Me  deixas  escutar  tua  voz...

Ant.  Andrade

Out,  2013

EU LAVARIA SEUS PÉS


Certo  dia  chovia.
A  água  que  lavava  as  ruas
Também  lavam  meus  pés.
Encontros  e  desencontros  acontecem...  enlouquecem...
A  mulher  e  o  homem,
Uma  vida  e  o  amor.
Amor,  plenamente  amado
Agora  ferido,  quebrado,  arrebatado,
Como  quem  arranca 
Do  jardim  uma  flor.
Paixão  jogada,  desprezada  ao  chão...   
Um  amor  querido,
Por  outros  braços  envolvido
Sufoca  com  seus  gemidos
Outros  lábios  que  já  não  são  meus.
A  chuva  que  molhava 
O  rosto  dela,
Também  molhava  o  meu.
Quem  abraçava 
Seu  corpo  molhado,
Quem  sentia 
Seu  cheiro  desejado
Era  outro,  não  era  eu.
Um  amor  quebrado
Rolado  em  pedaços
Se  espalha  ao  chão...
E  eu,   continua  ali,  apaixonado,
Na  linha  de  frente,
Tomando  de  gole  em  gole
Toda  aquela  aguardente.
Palavras,  lacradas,  seladas,
Que  marcam  agente
E  a  vida,  quebrada  em  pedaços
Rolava  no  chão.
Era  como  se  a  chuva 
Fosse  lágrimas  de  uma  paixão
Por  um  amor  que  morria...
Por  um  coração  que  sofria...
Abraça-la,  beija-la,  tê-la  de  volta,
Era  todo  o  que  queria.
Eu  lavaria  seus  pés...
Mas  olhava  e  tudo  girava,  ao  meu  redor...
Sem   amor,  sem  rumo  naquela  rua  vazia...
Que  chovia...



Ant.  Andrade           Out,  2013

PAIXÃO MORENA


Morena  a  cor  da  paixão...
Paixão  guardada
Sufocada  no  peito,
Anunciada  no  silêncio  do  coração.

Paixão  morena
Com  nome  e  sobre  nome
Esperada,  aguardada,
Passo  a  passo
Como  quem  está  com  fome.

Na  calçada  da  rua
Calçada  nua
Vestias  as  ruas
Com  tua  beleza,
Teu  sorriso,  tua  alegria.

Esperar  teu  olhar
Ganhar  teu  sorriso
Te  ver  passar...
Faziam  meus  dias  brilhar.

Hoje  compondo  esses  versos
Descrevo  todo  ardor
Das  lembranças  guardadas
Nos  encontros  de  amor...
Mãos  que  se  tocam
Corpos  que  se  abraçam
E  se  faz  uno, 
Na  alegria  e  na  dor.

Feito  um  sol  em  nossos  dias
Dois  poemas  brotaram
Como  quem  cultiva 
Um  jardim  em  flor.
Poemas  escritos  a  dois
Entre  juras  e  sussurros  de  amor.

Que  sejas  guardada,
Abençoada, 
Minha  mulher...
Meu  colo  de  amor...


Ant.  Andrade

Set,  2013

QUEM ME DERA


Quem  me  dera  a  liberdade
Embora  tardia,
Nunca  ser  de  mais.
Quem  me  dera
Uma  estação  só  de  paz...
Quem  me  dera  ouvir,
De  cada  um  de  nos,
Eu  não  te  perturbo  mais...

Ant.  Andrade

OUT  2013

QUANDO SOPRA O VENTO


Poemas,  poesias  e  canções
São  trazidas  pelo  vento
Que  em  seus  murmúrios
Nos  revelam  sabores,  perfumes,
Beleza  e  encantamento...
Percepções  e  inspirações
De  como  libertar  o  pensamento

E  como  não  sei
Quando  sopra  o  vento
Fico  como  ficam  os  dias
Que  passam...
Como  passa  o  tempo
Na  espera,  de  que  novamente
Me  venha  soprar  o  vento


Ant. Andrade
Out, 2013


MINHAS RAIZES


Minhas  raízes
Meu  chão...
Se  revelam  brancas, claras,
Também  negras  como  a  escuridão.
Minha  parte  negra 
Se  faz  canto  que  não  cala
Que  pulsa  quente,  majestosa
E  se  revela  como  doce  murmúrio
Labirinto  de  raças  e  cores
Que  se   transformam  em  pura  cação.
Sejam  brancas,  negras...
Mulatas,  crioulas  e  ameríndias...
Me  orgulho  de  ti,
Minhas  raízes.
Caminhemos  juntos...
No  mesmo  passo,
No  mesmo  chão.


Ant.  Andrade
Out,  2013


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O BEM VIVER


A  vida  é  simples  e  bela

E  quem  faz  dela

Arte  na  simplicidade  do   viver

Acolhe  a  essência  da  vida

E  dela,  espanta  o  sofrer.





Ant.  Andrade.

OUT,  2013

FASCINAÇÃO


Todo  olhar  tem  encanto
Toda  boca  seu  sorriso.
Uma  só  boca  me  encanta
Só  um  olhar  me  fará  abrigo...
Todo  céu,
Todo  mar,
Lá  se  encontrará.

Mistérios  e  belezas
Que  desses  olhos  vão  jorrar
São  flechas  enfeitiçadas
Atiradas  no  ar
Pelos  belos  arcos  brilhantes
De  um  doce  e  misterioso  olhar.

Como  resistir  ao  sabor
De  um  boca  no  seu  beijar ?
Como  ficar  indiferente  ao  doce  flerte
De  um  belo  e  misterioso  olhar ?

Seja  tua  boca,
Seja  o  teu  olhar...
Fascínio,  calor,  mistério  e  paixão
Grudados  em  meu  peito.
Em  meu  peito,  a  queimar...



Ant.  Andrade

OUT,  2013

MINHA CAIXINHA


Ah!  Menina...
Se  eu  pudesse
Eu  te  guardava
Só  pra  mim.
Te  trancava
Numa  caixinha
E  todo  dia  eu  ia,
Essa  caixinha  abrir.
Te  banhava,
Te  perfumava
E  te  comia...
Pra  depois
Novamente  te  guardar
E  na  caixinha
Voltar  a  fechar.
Na  caixinha
De  tudo  tinha
Nada  pra  você  iria  faltar.
Entenda  menina ...
A  caixinha  não  é  prisão.
Essa  caixinha  que  falo
É  meu  próprio  coração.


Ant.  Andrade

OUT,  2013

FADA MADRINHA

Fada  madrinha
Não  quero  falar  de  futilidades
Nem  das  guerras  mesquinhas.




Não  quero  falar  da  dor
Nem  das  ruas  sujas  de  pessoas
Que  não  têm  pra  onde  ir.
Que não  tem  como  sorrir
E  mesmo  assim,  rir.

Pessoas  que  se  acolhem  nuas
Sem  leito,
Sem  teto,
Sem  jeito.
Ao  relento  das  ruas...

Sopra,  fada  madrinha
Toma  meu  coração
E  faz  dele  pão.
Que  alimenta ,
Que  suplementa,
Na  dor  da  solidão.



Ant.  Andrade

OUT,  2013

MEU APEGO


Recife,  meu  apego
Meus  olhos  derramam  tuas  cores
Meus  braços  se  voltam  para  ti
E  meus  lábios,  Recife,  beijam  teus  sabores...
Águas  dos  meus  clamores...
Vem  Recife, 
Escutar  meu  sorrir...




Ant.  Andrade

SET,  2013

UM BEIJO COR DE ROSA


Rosa  amiga
Desejada,  querida
Se  faz  amada.
Perfuma  a  vida...
E  acalanta  na  dor.
Rosa,  rubra  na  cor
É  rosa  angélica
Que  em  seu  silêncio  nos  beija
Deixando  em  nossas  bocas
Seu  perfume...
Seu  perfume  de  amor...


Ant.  Andrade

JUL,  2013

UM GOSTOSO CHEIRAR


Amigos  amados  ao  redor  da  mesa,
Histórias  que  decorrem  no  ar.
Amores  em  noites  vadias
Celebram  momentos  de  plena  folia.
Tesouros  que  a  vida  nos  traz,
Tesouros  que  Deus  nos  dá.
Que  perfume  tem  a  vida ?
Sem  amigos,
Sem  amores...
Essências  que  eu  quero  guardar...
E  para  sempre  poder  cheirar...
Cheirar,  e  tornar   cheirar...

Ant.  Andrade

OUT,  2013

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

RODA VIVA DA VIDA

Encontros  e  desencontros
Que  a  vida  nos  marcou.
Esquinas  que  acenam
Como  quem  chama  um  ator
Para  no  palco  da  vida
Testemunhar  seu  amor.
Vida  farta  no  tempo
Vida  ligeira,  rápida
Feito  vento.
Vida  que  nos  leva,
Vida  que  nos  traz...
Por  que  nos  tirar  a  vida?
Se  ela vem  e  vai.
Amigos  que  plantei
Amigos  que  não  vejo  mais...
Amores  que  beijei,
Risos,  que  não  mais  ouvirei...
Será  vida  minha...?
A  eles  retornarei...?
Gira  mundo,  gira...
Girando  o  meu  passar
Fazendo  a  roda da  vida
No  tempo  também  girar...
Do  jeito  que  a  vida  roda
Ela  retoma  e  torna  a rodar.
Girando  em  torno  dá  vida
Carregando  de  vida  o  ar.
Lugar  de  partida  da  vida
Onde  cada  um  de  nos
Teremos  de  passar...


Ant.  Andrade

SET,  2013

terça-feira, 17 de setembro de 2013

BRASIL BRASILEIRO

Meu  Brasil  brasileiro
Onde  o  chão  é  grandioso,
Que  se  faz  rico,  majestoso,
Sejas  aqui,  meu  Brasil,
Nessas  terras  de  abril
Abrigo  aos  teus  filhos
Em  setembro  primaveril.

Vem  meu  Brasil  cheiroso
Lavas  tuas  mazelas  vividas
Removas  as  cortinas  do  teu  palco
E  te  mostras  brilhante,
Confiante  no  próximo  ato.

Brasil  te  desejo  limpo,
Capaz  e  altaneiro.
Brasil  de  norte  a  sul
De  leste  a  oeste,
Meu  Brasil  nordeste
Brasil,  de  Cabra  da  Peste.

Um  Brasil  acaboclado,
Misturado,  diferente.
Um  Brasil  brasileiro
Redondo  como  pandeiro
Cheiroso   que nem  aguardente.
Um  Brasil  da  gente !



Ant.  Andrade
SET,  2013



ÚLTIMA FELICIDADE

Não  me  deixes
Última  felicidade.
Não  me deixes...
Não  me  deixes  em  vida.
Não  me  tornes  a  morte,
Assim,  mais  sofrida.




Ant.  Andrade
AGO,  2013