segunda-feira, 18 de julho de 2016

ZEUS E OS OLIMPOS


Da  primeira  geração  de Titãs
Cronos  era  a  principal  divindade 
Estava  relacionado  com  a  agricultura
E  Senhor  do  tempo
Era  o  mais  jovem  da  geração  dos  Titãs
Filho  de  Urano  e  Gaia
Que  também  pode  ser  chamada  de  Geia
                                                              
Cronos  tirou  seu  pai  Urano  do  poder
Passou  a  controlar  os  elementos
Casou-se  com  sua  irmã  Réia
E  governou  durante  a  idade  dourada  mitologia

Cronos  temia  uma  profecia
Segundo  a  qual  seria  tirado  do  poder
Por  um  dos  seus  filhos
Temendo  a  profecia  do  seu  pai
Decidiu  seus  filhos  matar
De  temperamento  violento  e  negativo
Todos  os  filhos  gerados  com  Réia
Passou  a  devorar

Réia,  porém
Conseguiu  salvar  um  deles,  Zeus
Escondendo-o  em  uma  caverna  sagrada
Nos  bosques  da  ilha  de  Creta

Para  enganar  Cronos
Réia  deu  a  ele 
Uma  pedra  embrulhada  num  pano
Que  ele  engoliu  sem  perceber
Ao  crescer
Zeus  libertou  os  Ciclopes
E  com  a  ajuda  deles
Fez  Cronos  vomitar  os  irmãos

Hades  e  Hera
Héstia  e  Deméter
E  por  último
Poseidon,  Senhor  dos  mares



Zeus  e  seus  irmão
Iniciam  uma  guerra  que  durou  dez  anos
Expulsando  Cronos  do  Olimpo
Faz  sorrir  sua  mãe  Réia 
Que  o  coroa  rei  dos  deuses  gregos
Como  tinha  derrotado  o  pai
Senhor  do  tempo,  tornou-se  imortal
Poder  também  estendido  aos  irmãos


Réia  decidiu  que  Zeus
Seria  seu  último  filho
E  Zeus  escolhe  Métis  para  esposa
Onde  reinaram  absoluto  no  Olimpo 



A. S.  Andrade
ABR,  2016

OLIVEIRA DAS COROAS DOURADAS


As  cidades  que  se  despedaçavam  em  guerras
Reconciliavam-se  nos  seus  filhos
Que  contemplam  no  fortão  do  grande  templo
Os  preparativos  dos  jogos
Recordam  seus  atletas
E as  vitórias  de  Teseu  e  Hércules


Zeus,  o  justo
Serenidade  em  mármore
Lança  os  seus  olhos  soberanos
Sobre  os  olímpicos
E  fixa  para  sempre
O  destino  de  cada  herói


As  folhagens  prateadas
Da  oliveira  Kallistéphanos
De  belas  coroas  e  aroma  inigualável
Árvore  de  beleza   sem  igual
Inalterável  oliveira  loura
Terror  dourado  dos  inimigos  ...


No  altar  de  Zeus
Um  javali  da  Arcádia  é  imolado
Um  a  um  os  atletas  se  aproximam
Juram  ser  leal  e  temer  os  deuses
Para  receberem   na  vitória
A  loura  coroa  dos  ramos  da  oliveira  sagrada


A. S.  Andrade
JUL,  2016


UM MERGULHO NO OLIMPO


De  quatro  em  quatro  anos
Olímpia  se  torna  o  coração  da  Hélade
Um  ritual  sagrado  anuncia  solenemente
A  abertura  dos  jogos 
E  a  trégua  sagrada  é  celebrada
Entre  as  cidades  Gregas

Durante  todo  o  período  dos  jogos
Dedicado  aos  Olimpos
Nenhum  peregrino
Nenhum  atleta,  ou  qualquer  outro
Que  se  dirija  ao  Olimpo
Pode  ser  molestado
Todos  são  sagrados,  intocáveis
E  ninguém  deve  portar  armas
No  território  de  Olímpia

Os  deuses  assistem  a  tudo
E  escolhem  seus  favoritos
A  coroa  de  “oliveira”
Nem  todos  poderão  recebe-la
A  lei  do  esforço  e  dos  deuses
Selecionará  os  melhores

As  sete  estradas  que  levam  a  Olímpia
Carregam  a  vários  dias
Um  enorme  cortejo  de  encantamento
Ininterrupto  fluxo  de  peregrinos
Atletas,  treinadores  de  atletas
Com  seus  óleos  e  equipamentos
Vindo  da  Jônia, da  Ática
Da  Grande  Grécia,  do  Peloponeso
E  de  outros  lugares  da  Grécia 

Uma  enorme  multidão  sobre  a  qual 
Se  espalham  narrativas  fabulosas 
Dos  viajantes  longínquos
Histórias  de  heróis,  de  reis  e  rainhas
De  beleza  nunca  vista  e  de  pessoas  humildes
Que  por  bravura  e  astúcia  se  tornaram  heróis



À  noite,  nos  vales  ao  redor  do  Olimpo
Despontam  aqui  e  ali 
As  tendas  apressadamente  levantadas
Com  suas  bandeiras,  cores  e  insígnias
As  fogueiras  acendem  na  noite
Grandes  buquês  de  fogo
À  volta  dos  quais 
Se  reúnem  grupos  de  fascinados
Com  as  proezas  dos  artistas 

Saltimbancos  e  músicos
Acrobatas  e  encantadores  de  serpentes ...
Sombras  se  insinuam  por entre as  tendas
Param  e  tornam  a  passar
Como  que  por  encanto
O  que  não  era  permitido,  permitido  está

Rumores  de  vozes  abafadas  na  noite
Se  elevam  em  sussurros  nas  tendas
Ou  em  pontos  afastados
Nas  areias  brancas  das  praias  do  Alfeu
São  elas,  as  cortesãs  do  porto  de  Patras
Mulheres  de  Atenas
De  ancas  atrevidas  e  pele  macias
De  olhar  provocantes
Que  discutem  e  gracejam

Escolhem  a  sua  aventura
De  uma  noite  de  amor
Em  gemidos  e  gozos
Sob  os  céus  da  Élida
As  bênçãos  dos  deuses
E  das  deusas  do  Olimpo


A. S. Andrade

JUN,  2016

O Terrível Crono


O mais famoso e mais jovem dos 12 Titãs
Engolia os próprios filhos
Costumava ser representado com uma foice
Com a qual feriu seu pai, Urano
Uniu-se a Réia, sua irmã
Com ela teve vários filhos
Com receio que os descendentes
Desafiassem seu poder sobre o mundo
Engoli-os um a um
O mais jovem dos filhos, Zeus
Escapou com a ajuda da mãe
Desse trágico destino

Após crescer e se tornar forte
Resgatar seus irmãos
Com a ajuda dos Ciclopes
E  de uma porção mágica  que  deu  de beber ao  pai
Fazendo  vomitar todos os filhos engolidos
Com os irmãos e outros favoráveis
Zeus derrotou Crono e outros Titãs numa grande batalha
Tornando-se o Senhor supremo dos deuses Gregos
Crono e seus aliados foram presos para sempre no Tártaro
Mundo subterrâneo para onde iam os mortos e condenados
Zeus selou a paz em Olímpia
E soprou sobre a Grécia  uma  nova  era




A. S. Andrade
JUL, 2016


O DIA DOS JOGOS


Os  atletas  saem  do  Pritaneu
Vão  em  procissão  até  o  estádio
Debaixo  de  aclamações  entusiastas
Eles  entram  como  que  por  encanto
E  levados  pela  emoção
Percebem  que  não  são  mas  eles
Cada  um  agora  é  esperança  de  vitória
Cada um agora ...
Carrega  uma  cidade  inteira  no  peito


O  estádio  ecoa  numa  explosão 
De  gritos  e  alegria
Silêncio  ... !
Exclama  um  alipta  de  voz  forte
Uma  urna  de  prata  é  estendida  aos  atletas
Cada  um  tira  uma  ficha  de  madeira
A  sorte  determina  a  ordem  de  largada
Os  primeiros  tomam  posição  na  linha  de  partida
Até  formarem  todos  os  concorrentes  da  prova


Os  músculos  na  maior  tenção
O  sangue  batendo  nas  têmporas
Os  dedos  dos  pés  crispados
Nas  ranhuras  de  tijolos
Um  som  de  trombeta  ecoam  estridente
Largam  mais  ágeis  do  que  Hermes
A  multidão  fanática  encoraja  seu  favorito
Brados  e  urros  ecoam  no  ar
E  sobram  apupos  aos  retardatários


Corridas  simples,  de  dupla
Sêxtupla,  armada
Seguem  ao  longo  do  dia ...
Cleófadres  o  ceramista
Nas  suas figuras  vermelhas  em  fundo  negro
Exalta  as  provas  olímpicas
O  pentatlo,  é  onde  os  atletas  põe  em  prova
Sua  total  capacidade
Corrida,  salto,  luta,  arremesso  de  dardo  e  disco
No  segundo  dia  prosseguem  os  jogos
Vez  do  pugilato
Os  adversários  se  apresentam
Trazem  a  cabeça  coberta 
Por  uma  calota  de  bronze
E  têm  os  punhos  envoltos
Com  tira  de  couros  e  relevos  em  metal
Outra  modalidade  é  a  luta  de  mão  aberta
E  o  Pancrácio,  onde  todos  os  golpes  são permitidos


Nos intervalos  das  provas
Leituras  publicas
Conferências  e  exposições
A  história  das  cidades  são  recontadas
Suas  memórias  e  tradições
A  cultura  tem  vez  e  voz  no  espaço  olímpico
Exposições  de  pinturas,  quadros  e  cerâmicas 
Contam  as  histórias  dos  deuses  e  dos  jogos
Atraem  igualmente  os  curiosos  e  entendidos


No  penúltimo  dia
Troca-se  o  estádio  pelo  hipódromo
São  duas  pistas  de  areia
Mas  emoção  estar  por  vir
Os  carros  de  quatro  ou  de  dois  cavalos
Vão  repetir  a  corrida  de  Enomeu  e  Pélops
Ressoa  a  trombeta  de  bronze
Condutores  espicaçam 
A  fremente  garupa  dos  cavalos


Os  carros  partem  com  raios
O  entusiasmo  é  enorme
Flocos  de  espuma  esvoaçam  à  volta  do  freio
Dos  cascos  rápidos  levantam-se  nuvens  de  poeira
Na  ultima  curva  todos  prendem  o  fôlego
E  pedem  ao  demônio  Taraxipos
Que  ali  se  esconde  malignamente
Que  poupe  o  seu  carro
Para  que  a  vitória  possa  lhe  sorrir


A. S.  Andrade
JUL,  2016


ATLETAS VERDADEIROS ÍDOLOS


No  meu  tempo
Não  se  via  nos  estádios 
Tanta  imoralidade  e  venalidade
Como  se  vê  agora
Resmunga  um  velho  Espartano
Participante  dos  antigos  jogos


Os  atletas  se  tornaram  ídolos
Adulados  e  cobertos  de  honrarias
Comprados  a  peso  de  ouro
Perdem  o  gosto  pelo  esforço
E  querem  vencer  sem  brio
Triunfam  sem  glória 


Diante  do  grande  templo  de  Zeus
Contemplam  a  floresta  de  ex-votos
Oferecidos  pelos  olímpicos
Seus  ilustres  precedentes
Chegará  para  eles  o  momento  de  encomendar
A  um  artista  famoso  uma  estátua  sua


Um  grupo  de  deuses  conversando  com  poetas
Magnificamente  executado  pelo  escultor  Dionísio  de  Argos
Em  bronze  e  mármore  brilhante
Ali  está  o  último  vestígio  do  palácio
No  qual  Enomeu  recebeu  Pélops
Que  iria  lança-lo  no  reino  de Hades


Um  pouco  mais  ao  longe 
Um  magnífico  touro  em  bronze
Obra  do  talentoso  Filésio
Colocado  lado  a  lado  com  olímpicos  do  passado
Dorieus  de  Rodes  e  o  seu  pai  Diágoras
O  Ateniense  Cálias  e  o  pugilista  Eutimos  de  Locres




Surgem  piadas  de  um  grupo
De  alegres  peregrinos  da  Ática
Que  são  asperamente  repreendidas
Pelo  velho  e  famoso  olímpico  Espartano
Vencedor  da  corrida  armada
Há  doze  anos


Assim  como  se  forma  o  mau  atleta
Que  recorre  a  manobras  desleais
Para  fazer  cair  seu  rival
Também  se  formam  os  bons
Que  buscam  com  galhardia  e  honradez
O  verdadeiro  louro  da  vitória  Olímpica



A. S. Andrade
JUL,  2016


A GÊNESE GREGA


Muito  antes
De  se  estabelecer  a  corte  de  Zeus
Sobre  a  antiga  Hélade
Muito  antes  da  paz  idílica
Muitas  lutas  e  transformações
Sacudiram  o  mundo  divino


No  princípio  apenas  era  o  caos
Um  caos  universal
Gerador  do  Érobo
Lugar  de  profunda  escuridão
Do  amargor
Lugar  dos  infernos
Onde  o  fogo  não  ardia  feito  luz
Mas  queimava  como  Água-viva ...
Tudo  era  escuro


Depois  apareceram  os  dias  e  o  Éter ...
E  jorraram  a  luz  e  a  vida ...
Urano,  o  céu
Uniu-se  a  Geia,  a  terra
Que  das  núpcias  fecundas
Entre  céu  e  terra
Nascem  os  Titãs
Os  Ciclopes,  com  seu  único  olho
Imenso  olho  no  meio  da  testa
E  os  Hecatôneiros  de  cem  braços
Com  suas  cinquenta  cabeças


Crono,  o  Tempo
O  principal  dos  Titãs
E  também  o  mais  jovem
Engravida  Réia,  sua  irmã
E  se  inicia  a  linhagem  dos  Deuses  Helenos
Desse  incesto  de  Titãs
Nascem  Héstia,  Deméter
Hera,  Hades  e  Poseidon
E  por  último,  Zeus ...


Crono,  governou  durante  a  idade  dourada
A  idade  dourada  da  mitologia
E  seu  poder  perdurou  na  gloria  divina
Até  ser  derrotado  pelos  filhos
Zeus,  Poseidon  e  Hades




A. S.  Andrade
FEV,  2016