terça-feira, 6 de maio de 2014

O POETA



O  poeta  tudo  pode

Ele  entra  por  onde  não  devia

E  sai  quando  não  deveria...

O  poeta  apenas  cita

O que a poesia lhe conta

Lhe sussurra

Lhe encanta.


Ant. Andrade

JAN,  2014

FLECHA AO VENTO


É  uma  pena  que  os  poetas  morram

E  ao  morrerem

Enterrem  também  nossos  corações...

Porém  cada  palavra  dita

Deixada  em  forma  de  poesia

Será  flecha  atirada  ao  vento

Que  a  cada  momento

Fará  brotar  nos  corações  dos  amantes

E  dos  poetas  restantes

Os  mais  belos  sonetos  de  antes...

Antes,  que  os  poetas  morram

E  se  fechem  as  janelas   do  firmamento...





Ant.  Andrade

ABR,  2014

EVOLUÇÃO



Tudo  está  em  movimento

Tudo  é  plena  transformação

O  mundo  segue  girando

E  girando  estamos  nos...

A  vida  repleta  de  giros

Renasce  e  se  destrói

E  a  cada  ciclo  do  seu  giro

A  evolução  se  constrói

No  mundo  e  no  resto  do  mundo

Em  cada  palmo  de  chão

A  evolução

Segue,  sorrateira

Em  busca  da  perfeição

Que  de  milagre  em  milagre

Vem  repetir  em  cada  mundo

O  milagre  da  criação



Ant.  Andrade

JAN,  2014

EU NÃO SEI



Eu  não  sei  quais  as  palavras

São  as  mais  doces

Se  aquelas

Do  tempo  da  minha  juventude

Que  com  determinação  e  vigor

Tudo  realizava

Tudo  transformava...

Ou  as  palavras  ditas  hoje...

Que  me  revelam

Todos  os  sabores...

Todos  os  amores...



Ant.  Andrade.

JUL,  2013

DANÇA DA MADRUGADA


Fico  parado
Hipnotizado  no  tempo
Vendo  a  madrugada  chegar
Entrar  de  porta  adentro 
Me  chamando  pra  dançar...
Embora  não  queira


A  madrugada  dança
Me  ponteiam  seus  chicotes
Me  cortam  a  carne
Me  ferem  a  alma
Que  dança  e  sapateia...
Embora  não  queira


Dança,  dança,  madrugada
Como  se  fosse  a  última  amada
Que  me  dá  sua  mão
E  me  toma  feito  louca
Como  quem  bebe  uma  canção...
Embora  não  queira


Embora  não  queira...
Dança  minha  alma
Dança  a  madrugada
Freneticamente  agarradas
Minha  alma...  embriagada...
Nos  braços,  da  madrugada...





Ant.  Andrade

ABR,  2014

AMORES


Benditas  as  vozes
Que  cantam o  amor
Seja  de  madrugada
Seja  quando  e  aonde  for...



Amores  que  me  guiam
Me  tonteiam...
Amores  que  buscam 
Novos  caminhos...
Amores  que  ditam
Gritam...
Não  quero  ficar  sozinho




Ant.  Andrade

Jan,  2014

ÁGUAS DE GAIBÚ




Águas  do  mar  me  revelam
Do  quanto  é  doce  o  sabor 
De  poder  salgar  a  terra...
És  assim,  murmurantes...
Em  ondas  tu  vens
Me  fazes  carinho
Me  beijas  as  pedras
Me  feres  a  terra


Nos  teus  arroubos 
Me  dás  tapas
Me  esbofeteias  até
E  eu  te  recebo
Me  entrego  aos  teus  aconchegos
Desse  teu  modo  de  ser


Entre  coqueiros  te  namoro...
Na  espreita  das  tuas  belezas
Me delicio  mordendo  um  delicioso  caju
E  ao  escutar  tua  rizada
Me  jogo  nas  tuas  águas
Nas  águas  do  mar
Da  praia  de  Gaibú



Ant.  Andrade

ABR,  2014