sábado, 16 de janeiro de 2016

MEU BRASIL


Agora  choras  meu  Brasil

Os  olhos

Pelos  quais  ouvias

Se  fecharam

Os  ouvidos

Com  os  quais  tu  vias

Cegaram...  

E  agora  esperança ?

Tu  que  parecias  vencer  o  medo

Estais  espantada

Sem  saber  seguir

E  o  nosso  medo 

Sem  tu,  esperança

Nos  sufoca

Nos  enlama...

Do  outro  lado  do  horizonte

Também,  não te  vejo  lá

Apenas  duas  facas  cortantes

Querendo  te  assassinar


Ant.  Pernambuco

DEZ,  2015

MOSAICO DE SAUDADES


Como  pode
O  tempo  não  passar
Uma  janela  não  abrir
Para  o  sol  entrar ... ?

Como  pode 
A  dor  não  passar
Se  alguém  lá  de fora
Não  me  chamar ... ?

Saudade  amiga 
Que  eu  guardei 
Nas  janelas  queridas
Do  coração  lá  de  casa

São  traços
Mosaicos  grudados  nas  lembranças 
Das  janelas  da  vida
Que  se  abrem  pra  não  mais  fechar

Ant.  Pernambuco
Dez,  2015


POR ONDE ANDEI


Por  onde  andei
Encontrei  de  tudo
Colhi  apenas  as  flores
Com  elas ...
Perfumo meus  amores


Ant.  Pernambuco

AGO,  2015

HOMEM E MULHER


O  dia  ainda  está  pra  nascer
E  o  perfume  da  madrugada  é  intenso
É  moreno
E  sereno...
Traz  sabor de  hortelã
E  um  leve  cheiro  de  coentro...
Homem  e  mulher...
Madrugada  a  dentro

Ant.  Pernambuco
JUL,  2015 

ESPERANÇA VAZIA


Assim  seguiremos  nós
Eu  e  você
A  vida  e  a  lembranças
A  saudade  e  a  esperança
Até  que  um  dia
A  vida  segue
Sozinha ...
E  a  esperança
Desfaz  suas  tranças
Se  torna  vazia
E  espera  ...
Feito rua em madrugada vadia.

Ant.  Pernambuco
SET,  2015

É NOITE LÁ EM CASA


É  noite  lá em  Escada
Os  teus  filhos
Aqueles  que  a  Virgem  Mãe  de  Deus  abençoam
Voltam  pra  casa  e  se  aninham   para  dormir
É  noite  lá  em  casa
Lá  fora  faz  frio  e  aqui  dentro,
Mesmo  de  portas  fechadas  o  frio  é   o  mesmo
O  friozinho  de  Escada
Só  tem  lá,  em  Escada
É  noite  lá  em  casa
É  noite...  Lá  em  Escada
A  Igreja  Matriz  dorme,  as  ruas  dormem...
A  minha  cidade  dorme...
E  meus  encantos  por  ti... 
Despertam...
Passeiam...
Vagueiam... 
Pelas  ruas  adormecidas 
No  silêncio  das  tuas  noites  frias  de  amor...
É  noite ...
Lá  em  Escada ...
Até  o  sino  da  Matriz  dorme
Frio...  gelado...  orvalhado...
Para  amanhã  despertar  um  novo  chamado
É noite...  ...
Lá  em  Escada


Ant.  Andrade

JUL,  2012