sábado, 15 de julho de 2017

ESCADA DOS LALAS


Escada  tem  Tito  e  Tem  Eli
Um  é  mágico  dos  números
O  outro  poeta  da  terra
Tem  também  os  Germanos
Alemãos  e  alemoas
As  estradas,  que  levam  a  Sapocajy
O  alto  da  Jurema
A  Rua  da  Lama
E  o  vazio  da  Estação

Os  letrados  da  poesia
Das  cantigas  e  contadores  de  histórias
Meninos  das  ruas  e  das  varandas
Seresteiros  da  madrugada
Os  causitas  e  seus  causos ...
Tem  os  operários  e  suas  máquinas
Aqueles  que  vieram  antes
E  os  que  virão  depois

Escada  dos  Chafariz
E  dos  Ipês  que  não  existem   mais
Dos  Barretos  aos  descamisados
Dos  Veveraldos  aos  Veves
Daqueles  que  comem  queto
E  os  arautos  das  putarias
Senhores,  das  ruas  e  dos  mundos
Donos  da  mais  profunda  sabedoria

E  da  nossa  Escada
Continua  seu  desfile
De  um  tempo  que  passa
Sempre  buscando  passar
Suas  ruas  e  ladeiras
Histórias  e  filosofias ...
E  de  um  mendigo  que  me  fez  pensar
Na  serventia  das  noites 
Das  noites  frias  do  lugar

Escada  dos  festejos
De  Manoel  Festeiro 
A  Claudio  da  Padaria
Dos  bares  das  esquinas
E  dos  passeios  nas  Usinas ...
Das  meninas  da  noite
Onde  tudo  se  permitia ...
Escada  do  meu  Ginásio
E  das  flores  do  meio-dia
Escada  e  seus  violeiros
Tocadores  e  maestros
Escada  dos  Lalas ...
Nomes  que  nem  lembro  mais
Hoje,  se  foram  daqui ...
Um,  quer  voltar
O  outro,  não  pode  mais ...
Deixou  a  gente  pra  sempre
Ficando  tudo  pra  traz

Escada  dos  Coqueiros
Das  Rosas  e  dos  Rosários ...
Cabrais,  Sousas  e  Leões
Dos  Andrades,  Ribeiros  e  tantos  mais
Teus  gritos  Escada
Serão  ouvidos  em  cada  coração
Em  festejos  ou  em  agonia
Serás  sempre  Senhora ...
De  toda  minha  fantasia

És  menina  dos  meus  olhos
Escada  mestra,  que  eu  devo  subir
Das  auroras  verdejantes
E  do  lugar  onde  nasci
Pra  mim,  és  a  flor  do  mundo
Prima- dona  da  natureza
Jardins  de  um  vida
Onde  nasce  o  meu  sorrir



A  S  Andrade
MAI,  2017


JANELAS DO TEMPO



Como  seriam  as  janelas  do  tempo ...?
Come  seria  a  sua  janela  no  tempo ...?
A  minha  seria  assim ... ...
                    

A-pai-xo-na-da-men-te,  seu ... ..!   (pausa,  respire)
Traços  incertos,  tortos  ou  retos
Desenham  horizontes
Onde  janelas  do  tempo  vêm  mostrar
E  nas  molduras  dos  mundos
As  paralelas  das  esquinas
Desenham  nuas
Nossos  traços
Nosso  risos  e  cansaço

Caminhos  vazios ...
Que  seguem  sozinhos
Ou  mergulhados  em  fartura
Ranhuras  dos  mundos
Janelas  do  tempo
Que  se  mostram  surdas ...
Mas  gracejam  e  brincam
Tramam  e  escrevem ...
Cantam  e  emudecem




A  S  Andrade

MAI,  2017

NOSSO ABRAÇO


Fico  em  casa
Bendizendo  o  tempo
Pontuando  os  dias
Compondo  as  horas ...
Releio,  as  mensagens  amigas
E  mergulho  em  cada  uma  delas
Saboreando  seus  gracejos
Na  alegria  de  cada  momento
Em  que  juntos  bebemos 
Gota  a  gota,  nossas  saudades ...

Lua  de  porcelana
Que  em  tom  de  prata
Brilha  em  meu  coração
No  gosto  amigo  dos  encontros
De  quando  criança
Quando  jovens
De  quando  adultos
E  de  quando  criança,  outra  vez ...
O  tempo ..!
Nos  torna  criança  de  novo

E  assim,  me  vejo ...
Abraçado  no  tempo 
Do  abraço  amigo
Onde  as  luas  em  seu  brilho
Continuam  a  abraçar ...
Amigos  devotos
Que  em  seus  votos  de  maestria
Confirmam,  na  porcelana  das  luas
O  brilho  de  prata  que  nos  une ...
A  um  mesmo  lugar




A  S  Andrade
OUT,  2016


O BONDE


Um  dia  eu  pego  o  bonde

E  vou  pra  Recife  almoçar

Não  sei  com  quem 

Nem  sei  onde

Só sei  que  eu   vou


E  vou  de  bonde


A  S  Andrade
DEZ,  2015

PASSAGEIRA DOS MEUS OLHOS


Passageira ...

                                                              Tu  és  aos  meus  olhos

Eterna   tu  és ...

Em  meu  coração

Das  grutas  às  tuas  ruas

Das  tuas  pontes  ao  meu  coração ...

São  tuas  minhas  alegrias

São  teus  meus  carinhos

E  minha  solidão





A  S  Andrade

MAI,  2017

PERFUMES E BEIJOS


No  mais  profundo  da  mulher
Se  encontram  seus  perfumes
Seus  cheiros   e  seus  segredos
Suas  buscas  e  seu  desmantelo ...
Todo  o  gozo  do  mundo
Está  velado,  escondido  lá  dentro
Lugar  de  toda  beleza
Onde  seus  risos  se  calam
Seus  lábios,  umedecem
E  o  melhor  dos  seus  beijos
Acontecem ...



A  S  Andrade

MAI,  2017

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

ENGENHO COLOMBO


É  maravilhoso,  
Amanhecer  em  Colombo.
Seu  entardecer...
Anoitecer  em  Colombo...
Um  cheirinho  de  café  no  ar
E  pão  torrado  no  forno
As  saudades  que  lá  deixarei...
São  pedaços  de  uma  vida
Que  jamais  esquecerei...


Ant.  Andrade.

JUL,  2013

MORENA DA PRAIA


Santas  águas  que  te  olham
De  onde não  posso  te  ver
Que  te  banham 
Refrescando  teu  corpo 
Cheiroso,  belo  e quente


Morena  do  mar
Cheirando  à  jasmim
Que  perfumam  as  areias ...
Morena  das  águas
Que  o  mar  guardou  pra  mim



Antionio  Andrade

JAN,  2017

POESIA EM SI MAIOR


A  poesia  lhe  transporta
Lhe  abre  portas
Lhe  marca  o  peito
Lhe  faz  rir
E  lhe  faz  chorar


Lava  sua  alma
Lhe  abrasa
Lhe  acalma
Desfaz  e  refaz  tramas ...
Te  cria  dúvidas


Ilumina  seu  riso
Engana  se  for  preciso ...
A  poesia  canta
Se  faz  dança
E  te  convida  pra  dançar


A  S  Andrade

NOV,  2016

VASTA CABELEIRA

Meu  aterro
Meu  desterro ...
Teu  tempero
Terra  e  chão ...


Vasta  tua  cabeleira
Que  corre  e  se  derrama  nesse  piso
Se  espelhando  feito  riso
Em  pleno  chão  de  verão


Vasta  tua  cabeleira
Onde  bocas  adormecidas  acordam
E  faz  beber  da  terra
O  suco  que  te  revigora


Feito  Sequoia
Embelezas  meu  mundo
Entranhadas  tuas  raízes
Que  te  deixas  sã


Vasta  tua  cabeleira
Que  serpenteias  no  chão
Transformando  terra  em  suco
Fazendo  da  terra  teu  pão


Ant.  Pernambuco

MAI,  2014 

COISAS DA VIDA


A  vida  nos  traz
Buscas,  bens  e  amores
Alegrias  e  dores
Notícias  que  vem  e  vão
Um  cadeira,  um  balanço
Uma  pausa  e  um  descanso ...
Abraço  e  decepção
Histórias  que  se  escrevem
Dia  a  dia,  em  plena  folia
Entre  o  bem  e  o  mal
Qual  delas  devo  guardar ...?


Será ...? 
Senhora  da  vida
Terei  beleza  escondida
Para  revelar  aos  moços
Os  segredos  do  perdoar ...
Tomar  em  fim  o  mesmo  balanço
Beber  do  tempo  o  seus  encantos
Sorrir...  Sorrir...
Descansar ...


Ant.  Andrade

FEV,  2015

BRASIL BRASILEIRO


Meu  Brasil  brasileiro
Onde  o  chão  é  grandioso,
Que  se  faz  rico,  majestoso,
Sejas  aqui,  meu  Brasil,
Nessas  terras  de  abril
Abrigo  aos  teus  filhos
Em  setembro  primaveril.

Vem  meu  Brasil  cheiroso
Lavas  tuas  mazelas  vividas
Removas  as  cortinas  do  teu  palco
E  te  mostras  brilhante,
Confiante  no  próximo  ato.

Brasil  te  desejo  limpo,
Capaz  e  altaneiro.
Brasil  de  norte  a  sul
De  leste  a  oeste,
Meu  Brasil  nordeste
Um  Brasil são,  sem  peste.

Brasil  acaboclado,
Misturado,  diferente.
Um  Brasil  brasileiro
Redondo  como  pandeiro
Cheiroso   que  nem  aguardente...
Um  Brasil  da  gente !



Ant.  Andrade

SET,  2013