Certo dia
chovia.
A água
que lavava as
ruas
Também lavam meus pés.
Encontros e
desencontros acontecem... enlouquecem...
A mulher
e o homem,
Uma vida e
o
amor.
Amor, plenamente
amado
Agora ferido,
quebrado, arrebatado,
Como quem
arranca
Do jardim
uma flor.
Paixão jogada,
desprezada ao chão...
Um amor
querido,
Por outros
braços envolvido
Sufoca com
seus gemidos
Outros lábios
que já não
são meus.
A chuva
que molhava
O rosto
dela,
Também molhava
o meu.
Quem abraçava
Seu corpo
molhado,
Quem sentia
Seu cheiro
desejado
Era outro,
não era eu.
Um amor
quebrado
Rolado em
pedaços
Se espalha
ao chão...
E eu, continua
ali, apaixonado,
Na linha de frente,
Tomando de
gole em gole
Toda aquela
aguardente.
Palavras, lacradas,
seladas,
Que marcam
agente
E a vida, quebrada
em pedaços
Rolava no
chão.
Era como
se a chuva
Fosse lágrimas
de uma paixão
Por um
amor que morria...
Por um
coração que sofria...
Abraça-la, beija-la,
tê-la de volta,
Era todo
o que queria.
Eu lavaria
seus pés...
Mas olhava
e tudo girava,
ao meu redor...
Sem amor,
sem rumo naquela
rua vazia...
Que chovia...
Ant. Andrade Out,
2013