terça-feira, 19 de maio de 2020
MEU BRASIL SULISTA
Reverenciai meu
Brasil sulista ...
O nordestino
sofista
Procurado mal
pago
Contratado e
despedido ...
Que de
luta e dor,
Se faz
vestidos ...
Mãos calejadas
Feridas, acenam
sofridas
Às vitórias,
que se fizeram
conquistar ...
Histórias, que
carregam consigo,
Dias e
noites vividos, das
angustias
De um
trabalho a encontrar ...
Mulheres, deixadas
distantes
Cheias de
meninos saudosos,
Barrigudinhos confusos ...
Pendurados nas
paredes
A procura
de respostas ...
Rostos, de
olhares parados
Na espera
de quem volta ...
Esperança tardia ...
Como quem em folia
Lhe chamou
à aventura
De um dia ... poder
ser feliz ...
A S Andrade
JAN, 2013
JANGADA EM CIO
Pescador destemido
Moreno bravio ...
Domador de
jangadas
Em noites
de pesca
Na solidão
do mar ...
Entre céu e Terra
O doce
cheiro das noites
Lembram sua
amada ...
Morena de
corpo roliço
Pedaço mestiça,
a lhe esperar ...
Cobiçada ... de
especial feitio ...
Se debate
na noite
Na solidão
da cama ...
Espera o
abraço amado
Amoroso, viril
que está pra
chegar
Corre à
praia sedenta
De ser tomada na
noite
Em pleno mar da
sua cama
Jangada das
águas, que em
tom de prata
Descansa calada,
do coito de
um cio ...
A S Andrade
JUL, 2013
CANTEIRO DE ORAÇÃO
As vezes
as palavras falam
O que
não queremos dizer
Palavras mal
lidas, mal ditas
Criam poças
d’ águas turvas
Que enlameiam os pés
Sujam as
mãos
Mancha corações
De quem
as escutam
E de
quem, as pronunciam ...
É ler,
sem leitura o
que as vezes,
Não se deseja falar ....
Enxergar ... o
alcance das palavras ...
Deve ser
exercício diário
Na busca
do entendimento ...
Os pés,
são amigos ...
Um, ajuda
o outro a
caminhar ...
Melhor ainda ...
Quando juntos,
decidem
Pular poças
turvas, que se
formaram
Nos caminhos,
permitindo às mãos,
Gestos de
carinho e atenção ...
Dando as
palavras, um novo
sentido
Que alegram
o coração ...
Transformando olhar em risos,
Adoçando nossa
boca ...
Calando da
palavra, o seu
mau uso ...
Fazendo dela,
canteiro de oração
A S Andrade
JUL, 2013