Minduca amigo
Estas longe
agora
E assim
mesmo
Sei que
escutas nosso chamado
Somos amantes
da vida
Fazemos dela
poesia
E ainda
restam versos à
acabar ...
Como terminar
um poema
Sem tua
narrativa ao lado!
És menino
das ruas
E ladeiras
de onde moro
Como podem
essas ruas e vias
Viverem sem teu riso!
Sem o
pisar dos teus
pés
Sem teu abraço
derradeiro
És menino
da Gruta do
vigário
Dos mocambos
e casarios
Da Vila
e do Riacho
Do Lava
Pés e noites
de rosário
Das intermináveis
horas de estudo ...
Patrões e
operários
À todos
olhavas sem distinção
Os rios
e morros daqui,
Minduca
Sente falta
de ti ...
Cada canto
desse lugar
Um sopro
de vida
Deus vai
mandar
Pra compensar
tua ida
E o
vazio do teu
lugar
O que
parecia perdido
O que
não faz mais
sentido
Como chama
nos abrasará
E da
saudade que aqui
mora
Do chamado
desse chão
Queimará em ti nova
vida
E mais
puro, voltarás
A S Andrade
DEZ, 2016