segunda-feira, 18 de julho de 2016

ATLETAS VERDADEIROS ÍDOLOS


No  meu  tempo
Não  se  via  nos  estádios 
Tanta  imoralidade  e  venalidade
Como  se  vê  agora
Resmunga  um  velho  Espartano
Participante  dos  antigos  jogos


Os  atletas  se  tornaram  ídolos
Adulados  e  cobertos  de  honrarias
Comprados  a  peso  de  ouro
Perdem  o  gosto  pelo  esforço
E  querem  vencer  sem  brio
Triunfam  sem  glória 


Diante  do  grande  templo  de  Zeus
Contemplam  a  floresta  de  ex-votos
Oferecidos  pelos  olímpicos
Seus  ilustres  precedentes
Chegará  para  eles  o  momento  de  encomendar
A  um  artista  famoso  uma  estátua  sua


Um  grupo  de  deuses  conversando  com  poetas
Magnificamente  executado  pelo  escultor  Dionísio  de  Argos
Em  bronze  e  mármore  brilhante
Ali  está  o  último  vestígio  do  palácio
No  qual  Enomeu  recebeu  Pélops
Que  iria  lança-lo  no  reino  de Hades


Um  pouco  mais  ao  longe 
Um  magnífico  touro  em  bronze
Obra  do  talentoso  Filésio
Colocado  lado  a  lado  com  olímpicos  do  passado
Dorieus  de  Rodes  e  o  seu  pai  Diágoras
O  Ateniense  Cálias  e  o  pugilista  Eutimos  de  Locres




Surgem  piadas  de  um  grupo
De  alegres  peregrinos  da  Ática
Que  são  asperamente  repreendidas
Pelo  velho  e  famoso  olímpico  Espartano
Vencedor  da  corrida  armada
Há  doze  anos


Assim  como  se  forma  o  mau  atleta
Que  recorre  a  manobras  desleais
Para  fazer  cair  seu  rival
Também  se  formam  os  bons
Que  buscam  com  galhardia  e  honradez
O  verdadeiro  louro  da  vitória  Olímpica



A. S. Andrade
JUL,  2016


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