segunda-feira, 18 de julho de 2016

O DIA DOS JOGOS


Os  atletas  saem  do  Pritaneu
Vão  em  procissão  até  o  estádio
Debaixo  de  aclamações  entusiastas
Eles  entram  como  que  por  encanto
E  levados  pela  emoção
Percebem  que  não  são  mas  eles
Cada  um  agora  é  esperança  de  vitória
Cada um agora ...
Carrega  uma  cidade  inteira  no  peito


O  estádio  ecoa  numa  explosão 
De  gritos  e  alegria
Silêncio  ... !
Exclama  um  alipta  de  voz  forte
Uma  urna  de  prata  é  estendida  aos  atletas
Cada  um  tira  uma  ficha  de  madeira
A  sorte  determina  a  ordem  de  largada
Os  primeiros  tomam  posição  na  linha  de  partida
Até  formarem  todos  os  concorrentes  da  prova


Os  músculos  na  maior  tenção
O  sangue  batendo  nas  têmporas
Os  dedos  dos  pés  crispados
Nas  ranhuras  de  tijolos
Um  som  de  trombeta  ecoam  estridente
Largam  mais  ágeis  do  que  Hermes
A  multidão  fanática  encoraja  seu  favorito
Brados  e  urros  ecoam  no  ar
E  sobram  apupos  aos  retardatários


Corridas  simples,  de  dupla
Sêxtupla,  armada
Seguem  ao  longo  do  dia ...
Cleófadres  o  ceramista
Nas  suas figuras  vermelhas  em  fundo  negro
Exalta  as  provas  olímpicas
O  pentatlo,  é  onde  os  atletas  põe  em  prova
Sua  total  capacidade
Corrida,  salto,  luta,  arremesso  de  dardo  e  disco
No  segundo  dia  prosseguem  os  jogos
Vez  do  pugilato
Os  adversários  se  apresentam
Trazem  a  cabeça  coberta 
Por  uma  calota  de  bronze
E  têm  os  punhos  envoltos
Com  tira  de  couros  e  relevos  em  metal
Outra  modalidade  é  a  luta  de  mão  aberta
E  o  Pancrácio,  onde  todos  os  golpes  são permitidos


Nos intervalos  das  provas
Leituras  publicas
Conferências  e  exposições
A  história  das  cidades  são  recontadas
Suas  memórias  e  tradições
A  cultura  tem  vez  e  voz  no  espaço  olímpico
Exposições  de  pinturas,  quadros  e  cerâmicas 
Contam  as  histórias  dos  deuses  e  dos  jogos
Atraem  igualmente  os  curiosos  e  entendidos


No  penúltimo  dia
Troca-se  o  estádio  pelo  hipódromo
São  duas  pistas  de  areia
Mas  emoção  estar  por  vir
Os  carros  de  quatro  ou  de  dois  cavalos
Vão  repetir  a  corrida  de  Enomeu  e  Pélops
Ressoa  a  trombeta  de  bronze
Condutores  espicaçam 
A  fremente  garupa  dos  cavalos


Os  carros  partem  com  raios
O  entusiasmo  é  enorme
Flocos  de  espuma  esvoaçam  à  volta  do  freio
Dos  cascos  rápidos  levantam-se  nuvens  de  poeira
Na  ultima  curva  todos  prendem  o  fôlego
E  pedem  ao  demônio  Taraxipos
Que  ali  se  esconde  malignamente
Que  poupe  o  seu  carro
Para  que  a  vitória  possa  lhe  sorrir


A. S.  Andrade
JUL,  2016


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